Exame Nacional do Ensino Médio acontece nos dias 13 e 20 de novembro
O ENEM, principal porta de entrada dos brasileiros a universidades pública e privadas, contará com mais de 3,3 milhões de candidatos em 2022. Com a proximidade do grande dia, muitos estudantes optam por passar noites em claro estudando, o que segundo a coordenadora do curso de Psicologia da Faculdade Anhanguera, Sueli Cominetti Corrêa, pode afetar o desempenho e a clareza na realização da prova.
De acordo com a especialista, é importante separar um período para o descanso físico e relaxamento, organizando horários para estudo e revisão de conteúdos, mas também para interação social, lazer e autocuidado. Quando a pessoa consegue organizar o tempo, ela pode se dedicar mais, focar melhor e aproveitar para manter-se aberta à estimulação da sua criatividade.
“O Enem envolve muitos sonhos e expectativas, tanto para quem faz a prova como para a família e amigos que acompanham e incentivam esta preparação, visto que alguns encaram o exame como uma coroação e forma de recompensa, possibilitando uma vaga em um curso superior. Mas o estudante também precisa respeitar os limites físicos do corpo. A má qualidade do sono, por exemplo, impacta diretamente o emocional e assimilação do conteúdo estudado”.
Segundo a educadora, há diversos indícios que apontam a necessidade do sono de qualidade por dia para estimular a concentração e a criatividade. Cada indivíduo deve desenvolver suas táticas para repor o sono necessário para desempenhar com qualidade as tarefas do dia a dia. Muitos profissionais costumam orientar a boa noite do sono e a alimentação leve não só no dia da prova, mas no período que o antecede. Alguns candidatos ao ENEM, entretanto, se desesperam frente ao volume de conteúdos que costuma ser envolvido nas provas e entendem, de forma equivocada, que fazer um “intensivão sem critério”, fará com que todas as informações sejam assimiladas.
“A boa preparação para o ENEM, concursos públicos e processos seletivos é aquela que é constante, sistemática e gradativa. Sobrecarregar-se nas vésperas, na verdade, pode ser um disparador para ansiedade, fadiga e irritabilidade. Provas longas como o ENEM, testam nossa determinação e foco. Testam o gerenciamento do tempo, do estresse e são muito exigentes nas nossas habilidades e competências de escrita, leitura, interpretação e até a nossa noção espacial. Nos confrontam no nosso nível de segurança pessoal. É normal ficar ansioso frente a grandes avaliações, mas é necessário autocontrole”.
Se a pessoa não se prepara antes, vai chegar na hora da prova e não saberá o que responder. Não há milagres, mas preparação sistemática prévia. E se a pessoa estudou bastante, se preparou, mas acontecer o “branco” na hora da prova? A psicóloga lembra que o “branco” é um bloqueio temporário de acesso a uma informação que foi internalizada; a pessoa sabe que a informação está lá, mas não consegue acessá-la no momento. Na verdade, a pessoa não esqueceu: o conteúdo está armazenado, mas naquele momento, sem acesso.
Na maioria dos casos, o bloqueio passa pouco tempo depois, com a pessoa lembrando a informação em um ou dois minutos. Nós nos ajudamos a sair deste processo quando nos mantemos calmos, respiramos e procuramos dar pistas ao nosso cérebro para que a informação possa ser acessada. Quando eu estudei este conteúdo? Quem me ensinou? Este tema tem relação com o quê? Estas perguntas internas podem servir como gatilhos para que nos lembremos do que precisamos. Mas a docente reforça que o segredo é manter-se calmo e respirar! Se houve estudo prévio, se houve entendimento sobre o assunto, a lembrança ocorrerá.
O Enem contará no primeiro dia com 40 questões de Língua Portuguesa, 5 de língua estrangeira (inglês ou espanhol), 45 questões de Ciências Humanas e redação; enquanto no segundo domingo serão 45 questões de Matemática e 45 perguntas de Ciências da Natureza.
A seguir, a especialista elenca outras dicas para a ajudar os candidatos na reta final de preparação e no dia da prova.
– Prepare-se bem para a prova: é fundamental uma preparação antecipada e planejada, pois quanto mais bem preparado você estiver, menos ansioso se sentirá. O estudo tem que ser organizado e definido por tempo com pausas planejadas.
– Pratique exercícios físicos: uma rotina de exercício físico moderada é fundamental para aliviar a tensão e aliviar a mente, além de melhorar a memória, foco e a resistência.
– Faça exercícios de respiração: essa técnica ajuda no alívio da pressão cardiorrespiratória e aumenta a circulação de oxigênio no cérebro; inspire pelo nariz e solte pela boca, de maneira gradual e lentamente.
– Descanse bem antes da avaliação: tenha boas noites de sono. Dormir bem é um dos remédios para combater a ansiedade. Quando dormimos melhor e a quantidade indicada por especialistas, acordamos com a mente e corpo descansados e prontos para os próximos desafios.
