Estudos alertavam sobre necessidade de manutenção de viaduto que caiu no DF

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O viaduto que desabou na manhã de hoje (6), no centro de Brasília, deveria ter passado por manutenção pelo menos há sete anos. Em 2011, estudo do Sindicato de Engenharia e Arquitetura (Sinaenco) já havia detectado que esse era um dos viadutos e pontes do Distrito Federal que precisam com urgência de reparos e obras de manutenção com urgência.

Segundo o relatório, o viaduto do Eixão no Setor Comercial Sul apresentava o agravamento dos problemas que já haviam sido detectados em estudo anterior, de 2009, necessitando de “intervenção urgente face ao alto volume de veículos que ali trafega”.

“Importante sofrer intervenção planejada para não comprometer ainda mais o trânsito de veículos em toda região central de Brasília”, aponta o estudo.

Em 2013, uma auditoria do Tribunal de Contas do Distrito Federal detectou fragilidades em diversos monumentos de Brasília, entre elas o viaduto. Na oportunidade, a equipe de vistoria recomendou que a obra fosse reformada.

A auditoria realizada de março a junho de 2012 mostrou que muitos dos bens inspecionados não se encontravam em adequado estado de conservação. No relatório, o viaduto da Galeria dos Estados estava avaliado como local que precisava de manutenção urgente, assim como a Ponte do Braguetto e mais outros quatro viadutos e o estacionamento em frente ao Conjunto Nacional.

O relatório mostrou ainda que 40,5% das passarelas e 30% das pontes e viadutos não se encontravam em bom estado de conservação.

Após o acidente, o governador do Distrito Federal, Rodrigo Rollemberg, reconheceu que o viaduto não recebeu manutenção. “São viadutos antigos. Desde o início do nosso governo, fizemos manutenção em oito viadutos. Seis deles receberam reforço estrutural. Infelizmente, esse não recebeu e agora temos que ver que providências iremos tomar a partir de agora.”

Recuperação deve levar seis meses
O trecho do viaduto deve ser recuperado em cerca de seis meses, segundo previsão da presidente do Conselho Regional de Engenharia (CREA), Fátima Có. “Mas é provável que o processo licitatório não deva demorar, por se tratar de uma emergência”, destacou.

Até o momento, não foram registradas vítimas do desabamento. O trânsito está completamente bloqueado na via, e não há previsão de liberação. O diretor-geral do Departamento de Estradas de Rodagem do Distrito Federal (DER-DF), Henrique Ludovice, disse que os órgãos do governo vão trabalhar de forma articulada, primeiramente no escoramento desse viaduto e na análise da estrutura.

“Para que possamos oferecer à população a solução mais adequada e mais correta sob o ponto de vista a intervenção necessária nesse viaduto. Enquanto isso, faremos o desvio do tráfego nas redondezas para que o acesso ao centro do Plano piloto possa ocorrer, embora com as dificuldades sem a presença do Eixo Rodoviário”, disse.

Foto: Tony Winston/Agência Brasília

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