Com apenas três anos de idade, Maya, uma cadela da raça pastor belga malinois, viveu horrores ao contrair, ao mesmo tempo, leishmaniose e dirofilariose, a doença do verme do coração. “Ela ficou muito mal. Pensei que fosse morrer”, lamentou o tutor Luciano Oliveira dos Santos, 44. No entanto, um tratamento utilizando células-tronco, associado a outros recursos da medicina veterinária integrativa, recuperou a saúde de Maya e trouxe de volta qualidade de vida e a alegria que sempre foi sua marca registrada.
Luciano Santos e Maya vivem em Aracaju, numa região onde a leishmaniose e a dirofilariose canina são consideradas doenças endêmicas. Mesmo tomando todos os cuidados com a cadela, não foi possível evitar o contágio.
“Ela estava com as vacinas em dia, usava coleira e repelente, mesmo assim pegou as doenças”, contou o veterinário Leandro Oliveira, 39, irmão de Luciano.
O primeiro sintoma apresentado pela cachorra foi sangramento nasal. Leandro medicou o animal e orientou o irmão que o submetesse a exames. Com o medicamento, Maya melhorou, mas logo começou a apresentar falta de apetite e emagrecimento. “Foi, então, que diagnosticamos a leishmaniose e a dirofilariose”, disse.
Por conta da leishmaniose, Maya desenvolveu insuficiência renal severa. Ela passou por vários tratamentos, de medicamentos alopáticos a outras terapias, como acupuntura, ozonioterapia e, por fim, aplicação de células-tronco desenvolvidas pela Omics Biotecnologia Animal. “Cercamos as doenças com todos os recursos disponíveis”, lembrou Leandro, que é especializado em acupuntura.
Segundo Marina Landim e Alvarenga, médica veterinária e diretora executiva da Omics, no caso da Maya, a leishmaniose evoluiu para um quadro de insuficiência renal aguda. As células-tronco foram utilizadas visando a ajudar a reverter esse quadro e dar suporte para o sistema imunológico.
“Infelizmente não existe cura para essa doença, mas, através das células, conseguimos melhorar a clínica e os sintomas secundários à infecção”, afirmou.
Esperta e alegre, Maya – depois de passar por tanto sofrimento – deixou aflorar outros atributos: força e garra!. Talvez isso tenha sido despertado pela vontade de viver ou… já está no DNA, afinal ela é filha de uma cadela aposentada da polícia de Sergipe!
Saiba mais sobre leishmaniose e dirofilariose e como evitar.
A leishmaniose canina é uma doença causada por um protozoário do tipo leishmania. Essa doença é uma zoonose, o que significa que pode atingir tanto cães como humanos. Uma vez no organismo do hospedeiro, o agente etiológico se multiplica e começa a atacar as células do sistema imune.
Se não tratada, a doença pode evoluir, atingindo órgãos importantes, como o fígado, rins e a medula óssea.
A transmissão ocorre através da picada da fêmea do mosquito-palha. Para a transmissão, o mosquito precisa picar um indivíduo infectado e, ao picar um novo indivíduo, o mosquito irá transmitir a doença.
No início, somente 50% dos cães com leishmaniose apresentam sintomas que podem ser:
-Emagrecimento
-Lesões na pele (especialmente na face e nas orelhas)
-Crescimento exacerbado das unhas
-Perda de apetite
-Febre
Não existe cura para a leishmaniose, mas hoje é possível tratá-la. Por isso é importante que o pet seja acompanhado de perto por um veterinário durante toda sua vida, já que o tratamento de leishmaniose canina não elimina completamente a doença. Apesar disso, o tratamento impede a progressão da doença e diminui a carga do parasita, fazendo com que o cachorro deixe de ser um transmissor.
A dirofilariose ou doença do verme do coração também é transmitida por mosquitos em ambientes com alta temperatura e umidade ambiente. Após picar um animal contaminado o mosquito torna-se transmissor em até 14 dias. Quando o mosquito transmissor pica outro animal ou ser humano, as larvas são transferidas do inseto para o tecido muscular e alcançam corrente sanguínea, por onde serão carregadas até o pulmão e coração. Os vermes maduros costumam atingir o coração e pulmão do hospedeiro entre 67 e 85 dias após a contaminação.
Durante os primeiros 7 meses, o portador da doença não apresenta sintomas. A partir dos 7 meses, tosse, cansaço e insuficiência cardíaca podem aparecer nos animais.
Depois de instalada a doença, o tratamento com medicamentos é longo e complexo. Nos casos mais graves, pode-se optar pela remoção cirúrgica.
A boa notícia é que tanto a leishmaniose como a dirofilariose podem ser evitadas. A consulta veterinária e a medicação preventiva são os métodos mais indicados. Coleiras e repelentes para evitar as picadas de mosquitos são também altamente recomendados.
Sobre Marina Landim e Alvarenga
É médica veterinária, mestre em biotecnologia animal e diretora executiva da Omics Biotecnologia Animal, trabalha com terapia celular desde 2008 e é especialista em fisioterapia animal.
O que faz a Omics?
A Omics Biotecnologia Animal é uma startup brasileira que desenvolve material biológico constituído por células-tronco para a medicina veterinária como alternativa terapêutica para melhorar a qualidade de vida e promover maior longevidade a animais com lesões ou doenças de difícil resolução ou sem resposta satisfatória ao tratamento convencional.
A terapia celular Omics – disponível para tratamento em cães, gatos e cavalos – reduz dor, inflamação e morte celular, restaura qualidade de vida, movimentos e função dos órgãos e auxilia a regeneração de tendões, ligamentos, cartilagens e ossos.
Localizada no Parque Tecnológico de Botucatu, a Omics atua em todo o Brasil e já tratou mais de 2000 animais em 6 anos de existência.