Fogo amigo… oposição para o quê?

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As críticas do vereador (PSC/RJ) Carlos Bolsonaro ao vice-presidente Hamilton Mourão demonstram certa instabilidade no Planalto, afigurando uma desnecessária preocupação do presidente e seus filhos acerca de quaisquer atos e manifestações de popularidade transmitidos por membros do próprio governo.

Há um clima de desconfiança no ar, algo que até se justifica diante da realidade brasileira que conta com o impeachment de dois ex-presidentes, mas que se acentua diante da qualidade de argumentação política de Mourão, frio e inteligente a ponto de irritar o clã Bolsonaro apenas por não querer discutir os ataques do filho caçula, cujos impropérios e má-educação tornaram-se marca registrada.

No mais recente episódio, Carlos encontra dificuldades de entender que Mourão, vice-presidente da República, tem a obrigação institucional de proclamar a paz e a defesa de todos os cidadãos brasileiros, inobstante sejam eles desafetos ou não de sua família, razão porque defendeu a permanência de Jean Wyllys no Brasil, esquecendo-se o vereador carioca que é obrigação do Estado garantir a ordem e a segurança da sociedade, na qual se encontra inserido o ex-BBB.

Por sua vez, em um país em que o presidente da República proclama o turismo sexual com a oferta de mulheres como brinde do passeio e, ao mesmo tempo, marginaliza pessoas pela opção sexual, colocando-os fora do conceito de família, parece que o ideal de bem-estar social e respeito à dignidade da pessoa humana estão distantes dos planos do governo, fazendo tudo caminhar na base do esculacho e do confronto, o que talvez justifique a intromissão de seus filhos em seu governo.

A verdade é que Bolsonaro não tem noção da responsabilidade do cargo que ocupa, muitas vezes age por impulso das promessas de campanha, outras vezes age por incentivo familiar, poucas vezes reflete acerca das consequências de suas manifestações, não tendo o hábito de reconsiderar erros, como se percebe de sua fala quanto a decisão de declarar guerra a Venezuela, que seria sua exclusivamente, o que sabemos não poderia acontecer sem o aval do Congresso Nacional, posto que há previsão legal insuperável para esta hipótese, o que torna seu discurso vazio.

Contudo, referida mensagem de força (ou falácia) não tinha o endereço do Congresso como se pensou, ao contrário disso, o recado era para o vice-presidente Hamilton Mourão e para os ministros militares, todos contrários à intervenção no país vizinho, afigurando-se o distanciamento que há entre Bolsonaro e os membros do governo.

Embora difícil definir a estratégia política e os planos do novo governo, se é que há, certo é que os trabalhos da oposição sequer começaram, neste momento preferindo aplaudir as trapalhadas e o fogo amigo que disparam Bolsonaro e seus filhos contra a própria equipe de governo e contra a sociedade brasileira.

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