Da Redação
O Ministério da Saúde publicou no Diário Oficial da União desta terça-feira (20) o edital com 8.517 vagas para o programa Mais Médicos abertas em virtude do desligamento dos profissionais cubanos do programa federal. Do total de vagas, 28 serão destinadas a substituir médicos cubanos que atendiam em Guarulhos.
A publicação do novo edital faz parte de uma medida emergencial do governo brasileiro após o anúncio da saída de Cuba do programa, na semana passada. Nesta segunda-feira (19), o ministro da Saúde, Gilberto Occhi, disse que presidente Michel Temer determinou que o país tenha o menor impacto possível com a saída de médicos cubanos do programa.
Nesta primeira etapa, apenas profissionais formados no Brasil podem participar. Para trazer mais rapidez no preenchimento dos postos, o Ministério da Saúde alterou as regras da seleção. Médicos poderão optar por apenas uma cidade e terão de se apresentar para o serviço até o dia 7.
Antes mesmo de esse prazo ser concluído, no dia 27 de novembro, um outro edital será aberto, destinado desta vez para profissionais brasileiros e estrangeiros formados no Exterior. Ele somente será fechado quando as vagas forem preenchidas.
Cubanos começaram a deixar o Brasil
Profissionais cubanos começaram a se desligar nesta terça-feira (20), do programa Mais Médicos. O presidente do Conselho Nacional de Secretários Municipais de Saúde (Conasems), Mauro Junqueira, informou à reportagem que em várias cidades do país profissionais comunicaram que trabalham apenas até o fim do dia, encerrando a colaboração. A decisão teria partido do governo cubano.
O acordo de cooperação foi rompido semana passada por Cuba, numa reação às declarações feitas pelo presidente eleito, Jair Bolsonaro, ao programa. Bolsonaro, afirmou que, durante seu governo, somente seria permitida a participação de médicos que fizessem a validação do diploma. O presidente eleito também afirmou que mudaria a forma de pagamento dos profissionais. Eles receberiam diretamente e integralmente os salários do governo brasileiro. Hoje, o equivalente a dois terços da remuneração é entregue ao governo cubano.
Imagem: Fábio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil