Da prisão, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, condenado na Operação Lava Jato, escreveu que o PT pode ficar à vontade para tomar “qualquer decisão” sobre a eleição deste ano. Em carta destinada à presidente nacional da sigla, senadora Gleisi Hoffmann (PR), Lula também afirmou que quer a sua liberdade e que ficou feliz com o resultado da última pesquisa Datafolha, divulgada na semana passada, na qual aparece com 30% ou 31% das intenções de voto nos três cenários em que seu nome foi testado.
“(Queria que vocês) ficassem totalmente à vontade para tomar qualquer decisão. O ano de 2018 é muito importante para o PT, para a esquerda, para a democracia e, para a mim, eu quero a minha liberdade”, leu Gleisi ontem no Diretório Nacional da legenda, que foi transferido para Curitiba após a prisão de Lula.
Ainda assim, a sigla decidiu formalizar a candidatura de Lula à presidência e dar início à pré-campanha eleitoral mesmo com o petista preso. De acordo com o PT, que considera a condenação e prisão do ex-presidente injustas, “a liberdade de Lula tornou-se questão central para a retomada do processo democrático no Brasil”.
Embora a Lei da Ficha Limpa impeça a candidatura de políticos condenados em segunda instância, caberá à Justiça eleitoral dar a palavra final sobre a participação ou não de Lula na eleição. O PT pretende pedir o registro da candidatura do ex-presidente e levar a disputa judicial até o último recurso possível.
Foto: ANDRÉ DUSEK-ESTADÃO