Da Redação
Por todo o País, manifestantes começam a se mobilizar nas ruas contra os contingenciamentos na Educação e contra o programa Future-se, anunciado pelo Ministério da Educação em julho, cujo objetivo central é atrair investimentos privados para as universidades e regulamentar a participação das organizações sociais na gestão das instituições. Além disso, também ocorre, em Brasília, a Marcha das Mulheres Indígenas. Nas redes sociais, o assunto já é o mais comentado no Twitter Brasil com as hashtags #Tsunami13Agosto e #TsunamiDaEducação impulsionando a discussão.
Autoridades e instituições ligadas ao tema estão se pronunciando sobre os protestos de hoje. A Confederação Nacional dos Trabalhadores da Educação (CNTE) afirma que o contingenciamento de R$ 348 milhões divulgado pelo MEC na semana passada “afetará a compra e a distribuição de centenas de livros didáticos que atenderiam crianças do ensino fundamental de todo o País”. A União Nacional dos Estudantes (UNE), por sua vez, convoca seus representados às ruas como “resposta dos estudantes brasileiros aos constantes ataques à educação”. “Future-se: sucatear para depois privatizar”, afirma a entidade.
A presidente nacional da União da Juventude Socialista, Carina Vitral, diz que “não tem jeito: enquanto Bolsonaro e Weintraub não arredarem o pé dos cortes e ataques ao povo, não arredaremos o pé das ruas”. Na mesma linha, a deputada federal Fernanda Melchionna (PSOL-RS) postou matéria que mostra estudantes do Instituto Federal de Brasília fechando a Estrada Parque Núcleo Bandeirante, em Brasília, com pneus queimados. “A luta começou cedo! Estudantes do IFB fecharam a estrada na luta contra os cortes na educação”, comentou a deputada. O deputado federal Odair Cunha (PT-MG) afirma que iniciativas como o Future-se levam o Brasil a ser “o País do passado”.
O candidato derrotado do PSOL à Presidência nas eleições de 2018, Guilherme Boulos, foi às redes defender o legado do educador Paulo Freire, alvo constante de ataques do presidente Jair Bolsonaro e do ministro Abraham Weintraub. “Paulo Freire criou um método de alfabetização reconhecido pelo mundo. O mesmo ministro da Educação que não cansa de atacá-lo já cortou R$348 milhões em livros para o ensino básico. Atacar um alfabetizador e cortar verba de livros: eis a cara do governo Bolsonaro”, disse.
A presidente nacional do PT, Gleisi Hoffmann, adotou o mesmo tom de Boulos e afirmou que “as universidades vão parar de funcionar, não tem dinheiro para pagar água e luz!”. “Até onde vai o desrespeito de Jair Bolsonaro com a educação?”, pergunta. O cantor e compositor Chico Buarque também compartilhou vídeo convocando a população a ir às ruas “para defender a educação”.
Os atos pela Educação estão marcados para ocorrerem durante todo o dia em mais de 150 cidades.
Imagem: Reprodução/Pedro Ferreira/CUCA da UNE