Coronel Alvaro B. Camilo
É cada vez mais frequente casos em que alguém estava internado com Covid-19, até melhorando, mas de repente veio a notícia: não resistiu ao vírus e perdeu a vida.
Praticamente todos nós conhecemos um amigo, um parente que está ou que já pegou o vírus. Essas afirmações passaram a fazer parte do nosso dia a dia e, pior, é uma realidade cada vez mais próxima de todos, atingindo também pessoas jovens.
O Brasil contabiliza mais de 250 mil vidas perdidas para a Covid-19 e 10 milhões de pessoas contaminadas. As novas ondas de contaminação e as novas cepas (mutações do vírus) levaram o sistema de saúde público e privado em situação próxima do colapso, com quase a totalidade dos leitos destinados a tratamento do vírus ocupados. Mesmo assim, ainda existem pessoas que se arriscam em bares, shows e festas clandestinas sem nenhum cuidado.
Fechamentos, interdições, multas e condução para as delegacias foram as notícias mais divulgadas nos últimos dias. Só neste final de semana, foram executadas 78 ações de fiscalização pela Vigilância Sanitária do Estado, com apoio da Polícia Militar.
Contudo, o mais preocupante foi que, em muitas dessas ações, as pessoas agiam como se não houvesse pandemia: não utilizavam máscaras, não faziam o distanciamento, não utilizavam álcool em gel, além dos estabelecimentos estarem funcionando fora do horário permitido, endurecido pelo novo “toque de restrição”.
Atitudes assim só aumentam o trabalho da Polícia Militar, que segue protegendo, salvando e colaborando, como em muitos outros momentos difíceis. Além de apoiar a Vigilância Sanitária nas ações contra a Covid-19, a PM utilizou, nos três dias do último fim de semana, 13 mil homens, fez 4 mil pontos de prevenção e 366 operações. Mas, o que mais impressiona, é que a polícia precisou dispersar 19.285 aglomerações, a maioria pequenas, é verdade, mas algumas com centenas de pessoas e com possibilidade de transmissão do vírus.
Na prevenção, também não é diferente. Viaturas por todo o Estado transmitiram mensagens alertando para as medidas básicas de proteção, uso de máscaras, distanciamento social, álcool em gel e lavagem das mãos. Além disso, faz a escolta, proteção na distribuição das vacinas e cuida dos vários pontos de vacinação para que todos tenham tranquilidade e segurança.
Falta conscientização das pessoas, falta bom senso daqueles que participam das festas legais ou clandestinas, sem se preocupar com a contaminação, sem se preocupar com a própria saúde e a do próximo. Sei que a situação é difícil, vai passar, mas ainda não é hora de relaxar, a vacinação está apenas começando. É necessária a colaboração de todos e ela começa dentro de casa, orientando nossos filhos, nossos parentes, informando que a questão é grave, basta olhar o que está acontecendo ao redor do mundo.
O momento é de conscientização, bom senso e solidariedade. Precisamos exercitar mais estes conceitos. Se todos colaborarem, venceremos mais esse desafio, com menos contaminados e mais vidas salvas