Mudaram as estações…

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Luiz Gerardi*

Hernanes brincou após a vitória do São Paulo contra o Água Santa, na quarta-feira, ao responder uma pergunta na zona mista, que o que mudou no Tricolor em 2020 é que “não mudou”, em referência a permanência da comissão técnica e da maior parte do elenco do clube que ficou em sexto lugar no Brasileirão de 2019.

Na análise do Profeta, o mesmo elenco, desfalcado de alguns reservas como Raniel e Hudson, é capaz de dar a volta por cima e entregar mais do que no ano passado. As apostas são no entrosamento do grupo, no tempo para assimilar as ideias de Fernando Diniz e na recuperação de jogadores como Pablo, Pato e o próprio Hernanes.

Mas, para conseguir o tão sonhado título, que não vem desde 2012, o São Paulo precisa focar em “mudar as coisas que não mudaram”.

O que não mudou no Tricolor é a falta de pontaria dos atacantes. Contra o Água Santa foi um festival de gols perdidos. Bruno Alves, Vitor Bueno, Daniel Alves, Hernanes e Helinho duas vezes cada um… Contra um adversário um pouco melhor essa falta de mira vai fazer falta.

Outra coisa que continua igual é a falta de “apetite” dos jogadores. O São Paulo abriu 2×0 e poderia ter goleado, mas preferiu controlar o jogo e manter a posse de bola, sem correr muitos riscos, irritando a torcida.

Em equipes que querem ser campeãs, os jogadores de ataque tem obsessão pelo gol. Querem ser artilheiros do campeonato e quebrar marcas, ficam irritados ao serem substituídos, mesmo que no final da partida e comemoram o último tento de uma goleada como se fosse o gol do título.

O São Paulo só tem jogadores mornos, os únicos que conseguimos identificar uma mentalidade vencedora são o goleiro Thiago Volpi e o multicampeão Daniel Alves, que tenta a todo custo contagiar o grupo com sua “gana” por vencer.

E por fim, a teimosia de Fernando Diniz com Alexandre Pato também continua a mesma. O treinador insiste em utilizar Pato como uma espécie de 9, mais centralizado, jogando muitas vezes de costas pra o adversário, mesmo sabendo que as melhores “fases” do atacante foram jogando aberto pela esquerda.

Na partida de quarta-feira, o atacante poderia ter entra na posição que mais gosta, mantendo Pablo de centroavante e deslocando Daniel Alves para a direita. Mas Diniz parece mesmo querer “queimar” o jogador, talvez para mostrar que ele não tem espaço no time, ou de repente, para que Pato se convença a aceitar uma proposta qualquer e ajudar a diminuir a folha salarial do Tricolor.

No São Paulo, a diretoria age sempre da mesma maneira mas acredita que pode obter um resultado diferente. Hernanes está certo, pouca coisa mudou.

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