A
crise provocada pelo novo coronavírus elevou a demanda dos brasileiros por
dinheiro em espécie. Dados divulgados ontem pelo Banco Central mostram que de
fevereiro – antes da pandemia – para junho o Papel- Moeda em Poder do Público
(PMPP) saltou 29%, de R$ 210,2 bilhões para R$ 270,9 bilhões. Este é o maior
valor da série histórica do BC, iniciada em dezembro de 2001.
O movimento chama a atenção por ocorrer em um
momento da história econômica em que os países têm elevado as iniciativas para
uso da tecnologia em transações comerciais – o que reduz a necessidade de
papel-moeda. Com a pandemia, porém, o cenário mudou: um montante adicional de
R$ 60,672 bilhões em cédulas está em circulação no Brasil.
De acordo com o chefe do Departamento de
Estatísticas do Banco Central, Fernando Rocha, o aumento do papel-moeda nas
mãos do público nos últimos meses foi causado pela demanda da população com a
liberação do auxílio emergencial mensal de R$ 600 pelo governo, durante a
pandemia.
“Se a população tem demanda por
papel-moeda, a função do BC é sancionar essa demanda. Se a população tem maior
demanda por cédulas e moedas, o BC oferta. Se não fizer isso, haverá falta de
numerário. Se a demanda cai, uma parcela disso é recolhida”, explicou
Rocha.
Os dados do BC mostraram ainda que os depósitos
à vista – recursos que estão nos bancos – também subiram de fevereiro para
junho, em 25,3%. O montante total passou de R$ 199,681 bilhões para R$ 250,112
bilhões. O avanço indica que parte da população que recebeu auxílio do governo
não sacou os recursos em espécie, mas sim manteve o dinheiro dentro do sistema
financeiro.
Papel-moeda tem recorde de circulação no País
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