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Os resultados das fotos e vídeos na tela do celular não são os mesmos que se vê no reflexo do espelho. Com o acúmulo de recursos para alterar a imagem nas redes sociais, a autoestima dos usuários pode ser prejudicada. Em uma pesquisa realizada, em 2021, por uma marca de produtos de higiene pessoal, cerca de 84% das brasileiras usam filtros para mudar a aparência e 80% deixam de sair para socializar com amigos e familiares preocupadas com a própria beleza.

Como explica o coordenador do curso de Psicologia da Faculdade Anhanguera, professor Eduardo Menezes Pedroso, a insatisfação com o corpo ou com os traços do rosto não é exclusividade do público feminino e, se não tratada, pode evoluir para problemas emocionais. “O exagero no uso de filtros, assim como a comparação com outras pessoas e celebridades, contribui para a percepção distorcida de autoimagem e atinge homens e mulheres de diferentes idades”, afirma.

A busca pelo padrão estético apresentado na mídia e nas redes sociais pode provocar essa insatisfação. Uma das consequências que a obsessão por defeitos que o indivíduo considera ter na própria aparência é o transtorno dismórfico corporal (TDC) — doença mental que faz com que o paciente examine suas características com frequência e em constante comparação, além de evitar situações sociais ou sair em fotografias.

De acordo com o relatório do Google, o TDC é comum no Brasil, com mais de 150 mil casos registrados por ano. As formas mais frequentes de manifestações desse problema está relacionado a reclamações sobre o peso corporal, porém, as queixas podem ser referentes às qualidades do rosto (tamanho do nariz ou queixo, textura e cor da pele e do cabelo, volume dos lábios, por exemplo) ou ao próprio cheiro, assim como mau hálito e odor dos pés e das axilas.

O diagnóstico deve ser realizado com a ajuda de um profissional qualificado. Em geral, o distúrbio pode estar associado a outras doenças que também precisam ser tratadas, como ansiedade, depressão e, alguns casos, transtornos como a vigorexia, anorexia e a bulimia. “O tratamento consiste em intervenção por meio de acompanhamento médico e sessões de terapia com profissionais de confiança, como um psiquiatra ou um psicólogo. O mais recomendado no caso de transtornos como esses são os tratamentos em conjunto, multidisciplinares, que podem alavancar o sucesso nos resultados”, afirma Pedroso

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