Lucy Tamborino
O preço do asfalto em todo Brasil, entre setembro de 2017 e fevereiro de 2019, teve aumento de 108%. O fato impacta nas obras de cidades como Guarulhos. Os dados são do estudo da Confederação Nacional do Transporte (CNT) divulgado ontem.
O relatório ainda aponta que não há explicação oficial, já que, enquanto isso, o do barril do petróleo, do qual o produto é derivado, subiu cerca de 33,3% – valor desproporcional ao aumento. No país apenas a Petrobrás fornece o asfalto e, por isso, determina o seu preço de mercado. Já na comparação de outubro de 2018 e fevereiro de 2019, o asfalto ficou 27% mais caro, enquanto o barril do petróleo ficou 22% mais barato.
O estudo da CNT aponta que esse aumento de preço implica em obras de construção e manutenção de vias mais caras, o que leva à redução da realização desses serviços, uma vez que o orçamento do governo é restrito. “O asfalto é um dos principais produtos utilizados na pavimentação das vias brasileiras. Em um cenário em que há poucos recursos para a construção e manutenção de rodovias, quando o preço sobe muito, o governo consegue fazer menos obras”, diz o presidente da CNT, Vander Costa.
O presidente ainda pontua que essa situação contribui para aumentar os custos do transporte. “Pavimentos ruins levam à necessidade de mais manutenção em veículos e geram maior gasto com combustível. Também deixam as viagens mais longas e mais inseguras. Tudo isso impacta no valor do frete, elevando o preço dos produtos que chegam ao consumidor”, disse.
Imagem: Divulgação/Proguaru
