Quem nunca foi um moleque que mexia em tudo, uma menina curiosa ou chegou à fase adulta ouvindo “parece que tem olhos nas mãos” não deve ser desse mundo… Muitos de nós fomos crianças inquietas, imaginativas e principalmente curiosas; essa é a principal beleza da infância; mas existe uma linha tênue entre explorar a ludicidade da criança e os limites das regras de boa convivência, seja em casa ou em qualquer lugar. É nesse universo de diálogo que a obra literária “JOÃO MEXILÃO” adentra no nosso imaginário.
O autor, professor Tiago Ortaet, que além de pai de dois meninos mexilões, tem quase duas décadas de experiência em sala de aula, trabalhando com crianças em escolas públicas, particulares e ONG´s, decidiu abordar em seu novo livro infantil a importância da criança explorar o ambiente em busca de conhecimento sinestésico, mas ao mesmo tempo, aborda conceitos de educação familiar para proporcionar uma convivência saudável que respeite a liberdade da criança ser criança e também a participação dos adultos na difícil tarefa de educar, a partir de um olhar sensível.
O livro é uma provocação tanto do ponto de vista lúdico, pois expõe hábitos comuns à crianças de qualquer classe social, etnia e credo; quanto do ponto de vista estratégico/familiar/educativo pois destaca o DIÁLOGO como ponte de relacionamentos saudáveis, em todas as fases da vida, principalmente na infância. É muito fácil os pais-leitores ou educadores-leitores se identificarem com ambos os pontos de vistas, uma vez que todos já foram crianças e todo adulto é (pelo menos uma vez na vida) educador de alguém.
O professor Ortaet convidou a jovem ilustradora guarulhense Leticia Satie para dar cores e formas à sua inquietante história e o resultado pode ser conferido no livro que será lançado em evento comunitário. Letícia se destaca pela jovem talentosa e que vem aprimorando dia a dia suas habilidades artísticas. Em seu Instagram pode ser conferidas muitas de suas criações.
Para o educador, sua história, remonta como numa catarse, um misto da história de sua infância e da geração dos seus filhos. “A obra representa, para mim, uma revisita à minha infância, chancelada por uma mãe compreensiva com aquele menino mexilão; uma mãe que não tinha apego às coisas, mas aos momentos vividos. Uma mãe com a sabedoria popular, sertaneja, de quem deixava brincar, deixava ser feliz, mas com limites. Ela não está mais entre nós, mas que sua essência possa ser transmitida para os leitores.” Destaca o escritor.
O livro será lançado pela editora Coelho Rosa, em sistema Drive Thru (para manter o distanciamento social) na Casa Ortaética de Humanidades, espaço cultural que desenvolve vários projetos comunitários. Parte dos valores da venda da publicação será revertida para atividades sociais e culturais na comunidade.