Da Redação
Nanicos do futebol são usados por Vladimir Putin, presidente da Rússia, para tentar mostrar ao mundo que seu governo não está isolado. Numa abertura da Copa do Mundo marcada por uma mistura de cultura pop mundial e tradição russa, ontem, em Moscou, o Kremlin tinha como objetivo mostrar, numa dimensão internacional, que os embargos internacionais não funcionaram.
Mas, apesar de o convite ter sido enviado a países de todo o mundo, foram ao evento apenas os chefes de governo de países inexpressivos. Mas era o príncipe da Arábia Saudita, Mohammad bin Salman Al Saud, o principal convidado. Ao ver o primeiro gol russo contra seu time, o príncipe saudita sorriu e lhe apertou a mão, numa imagem que a TV oficial fez questão de mostrar ao mundo. Da Coreia do Norte também estava Kim Yong-nam, presidente do Parlamento, órgão sem qualquer poder.
Num discurso para um estádio lotado, Putin insistiu em passar uma imagem diferente de seu país, acusado no Ocidente por crimes de guerra na Síria, por anexações ilegais de território e até envenenamento de ex-espiões.
Para ele, a Rússia é um “país aberto e amistoso”. Putin, vivendo sob quatro anos de embargos internacionais, desejou que o torneio seja usado para “criar novos amigos e compartilhar valores”, numa mensagem interpretada como um recado político.
“O futebol nos une, apesar das diferentes tradições”, insistiu, enquanto 80 mil pessoas permaneciam em silêncio para ouvir o presidente que está há 18 anos no poder. “Ele nos ajuda a entender uns aos outros”, afirmou, desejando que a Copa use a “promover a paz e entendimento mútuo”.
Foto: Kremlin / Fotos Públicas