Da Redação
Trabalhar ou fazer instalações elétricas sem conhecimento técnico pode ser perigoso, em muitos casos levando o trabalhador a óbito ou provocando incêndios de grandes proporções. Entre 2018 e 2019, em média, 15 pessoas foram internadas por hora no Sistema Único de Saúde (SUS) em decorrência de choques elétricos – muitos deles provocados por instalações mal feitas. Esse número de casos dobrou nos últimos 10 anos no país.
Nesta época do ano a atenção deve ser redobrada, pois muitos aproveitam o período de férias e o 13º salário para realizar reparos e reformas. Falta de manutenção e projetos elétricos mal realizados estão entre as principais causas de incêndios e choques elétricos em residências.
De acordo com a engenheira de Segurança do Trabalho do Grupo A.Yoshii, Larissa Furtado Chionpato, instalações elétricas com dimensionamento inadequado e falta de manutenção representam grandes riscos. “A periodicidade da manutenção deve ser adequada a cada tipo de instalação, levando em consideração a quantidade e diversidade de equipamentos, sua importância para as atividades desenvolvidas no local e a severidade das influências externas a que estará sujeita”, ressalta.
Para saber se existe algum problema no sistema elétrico, Larissa explica que é importante observar pelo menos cinco pontos:
1º – se existe superaquecimento de fios elétricos ou tomadas;
2º – o disjuntor desarma no quadro elétrico quando ao ligar um chuveiro, por exemplo;
3º – lâmpadas enfraquecendo quando ao ligar o chuveiro elétrico;
4º – fiações desencapadas/expostas;
5º – ausência de aterramento adequado.
Cuidados
Todas as edificações devem ter suas instalações elétricas e sistemas de proteção executados em conformidade com as prescrições das normas brasileiras oficiais, e as normas da concessionária de serviços locais. Por isso a importância de sempre contratar um profissional legalmente habilitado na área de elétrica para elaboração de projeto.
Segundo a engenheira, em alguns casos, a Norma ABNT NBR 5410 estabelece a obrigatoriedade do uso de dispositivo DR (diferencial-residual de alta sensibilidade) como proteção adicional contra choques elétricos, como nos casos de:
- circuitos que servem a pontos de utilização situados em locais contendo banheira ou chuveiro;
- circuitos que alimentem tomadas de corrente situadas em áreas externas à edificação;
- circuitos de tomadas de corrente situadas em áreas internas que possam vir a alimentar equipamentos no exterior;
- circuitos que, em locais de habitação ou em edificações não-residenciais, servem a pontos de utilização situados em cozinhas, copas-cozinhas, lavanderias, áreas de serviço, garagens e demais dependências internas molhadas em uso normal ou sujeitas a lavagens.
Outro cuidado importante a ser observado é ao adquirir, instalar ou utilizar um novo equipamento elétrico. Nestes, casos é importante verificar sempre se o equipamento não irá sobrecarregar o circuito. Quando faltam tomadas em uma edificação, cuidado também com o uso de T ou réguas de tomadas.
“As tomadas são projetadas para uma corrente específica. Com o uso de T ou régua de tomadas para ligar vários equipamentos em um mesmo ponto, a corrente irá aumentar, podendo ocasionar um superaquecimento”, explica Larissa.
Imagem: Divulgação/A. Yoshii