Lucy Tamborino
A Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp) é a mais nova guarulhense que chegou para resolver um problema antigo dos moradores da cidade: a falta de água.
Tudo começou em dezembro de 2018 quando o Serviço Autônomo de Água e Esgoto (Saae) foi concedido a companhia por 40 anos. O contrato, além de liquidar a dívida de R$ 3,2 bilhões deixados pela gestão anterior, também estabeleceu um novo marco na cidade: o fim do rodízio de água.
Para universalizar o abastecimento de água na cidade a Sabesp investiu R$ 70 milhões ao longo de 2019. Entre outras benfeitorias, foram implantados 50 km de redes adutoras e construído o reservatório Bonsucesso, com capacidade para 6,3 milhões de litros de água.
Um município como Guarulhos, com 1,3 milhão de habitantes e consolidada como a maior cidade não capital do Brasil, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), não tinha qualquer perspectiva de sair do rodízio de água que já se estendia por diversos anos. Um total de 70% dos guarulhenses tinha que lidar com a situação precária de não ter água todos os dias.
Em menos de um mês, a Sabesp garantiu que pelo menos 10 bairros em Guarulhos já não passassem por revezamento de dias com água e outros sem. “Nós em 15 dias tiramos 700 mil pessoas do rodízio e a expectativa é que até o fim do mês mais 100 mil pessoas também saiam desse sistema”, afirmou Benedito Braga, presidente da Sabesp na ocasião.
O investimento da Sabesp em Guarulhos será de cerca de R$ 1,7 bilhão durante o período de concessão, além do repasse de recursos complementares para que a prefeitura faça obras relacionadas ao saneamento básico, como a construção de novas moradias em bairros a serem regularizados e melhorias na drenagem. A fiscalização do cumprimento do contrato é realizada pela Agência Reguladora de Energia e Saneamento do Estado de São Paulo (Arsesp).
Contrato também garante o tratamento de esgotos
Na última quarta-feira (04) a Prefeitura de Guarulhos e a Sabesp assinaram o contrato para assumir os serviços de coleta e tratamento de esgoto do município. Através dele, a companhia paulista se torna responsável por tratar o esgoto produzido em Guarulhos pelos próximos 40 anos.
Ao longo deste período, a Sabesp deverá investir aproximadamente R$ 2 bilhões no tratamento, o que inclui R$ 1,2 bilhão em obras de infraestrutura exclusivas em Guarulhos, R$ 492 milhões em ampliações de redes e ligações e R$ 250 milhões nas estações de tratamento (ETEs). Além das ETEs existentes em Guarulhos (São João, Bonsucesso e Várzea do Palácio), as unidades Parque Novo Mundo e São Miguel, em São Paulo, também tratarão o esgoto do município.
“Tratamento de esgoto reflete diretamente na qualidade da saúde pública”, afirmou Guti durante o evento, citando o estudo da Organização Mundial da Saúde (OMS) que mostra que a cada R$ 1 investido em esgotamento sanitário, R$ 4 são economizados em saúde.
O objetivo, já para o final de 2020, é tratar 40% dos dejetos produzidos em Guarulhos, conforme termo de ajuste de conduta firmado pelo governo Guti com o Ministério Público do Estado em maio de 2018. Atualmente 12% do esgoto de Guarulhos é tratado, contra 2,1% em janeiro de 2017.
O tratamento de esgoto em Guarulhos é parte de uma meta mais ampla da Sabesp, a de universalizar o tratamento de esgoto no estado até 2035, o que inclui a despoluição dos rios Pinheiros e Tietê, pra onde vão os dejetos produzidos no município atualmente.
Imagens: Divulgação e Lucy Tamborino