Da Redação
Doses gratuitas são ofertadas em postos de vacinação e devem ser tomadas dez dias antes de viagens
Paulistas ainda não imunizados contra a febre amarela devem se vacinar antes de viajar para o Litoral Norte. O alerta da Secretaria de Estado da Saúde visa garantir que os visitantes da região estejam protegidos. A vacina deve ser tomada com dez dias de antecedência para garantir proteção efetiva. Portanto, aqueles que pretendem passar o feriado de 7 de setembro – Dia da Independência – em cidades como Caraguatuba, São Sebastião e Ilhabela –, devem avaliar e/ou atualizar sua situação vacinal.
A orientação também vale para os moradores da região. Os municípios do litoral estão intensificando as ações de imunização, conforme orientação dada pela pasta no mês de agosto, para aumentar a cobertura vacinal.
Todo o território paulista já tem recomendação da vacina, devido a circulação do vírus. No Litoral Norte, a cobertura vacinal é superior a 85%. Ainda assim, moradores de outras localidades do Estado precisam estar vacinados antes de se deslocarem para a região.
Somente em 2018, já foram vacinadas contra febre amarela mais de oito milhões de pessoas. O número ultrapassa a marca da vacinação no decorrer de 2017, quando 7,4 milhões de doses foram aplicadas, e é também superior à vacinação na década anterior – sete milhões de pessoas foram imunizadas entre 2006 e 2016.
Todas as regiões estão abastecidas para distribuição de doses nos postos de vacinação. Desde 2017, até o momento mais de 23 milhões de doses foram espalhadas por todo o território paulista.
A pasta está realizando ações conjuntas e preventivas, juntamente com a Secretaria de Estado do Meio Ambiente, devido à identificação de oito macacos mortos na Unidade de Conservação do Parque Estadual da Serra do Mar – Núcleo Caraguatatuba. A área continuará aberta à visitação, sendo fundamental que o frequentador ou turista tome a vacina pelo menos dez dias antes frequentar o local. Faixas já foram fixadas em pontos estratégicos do parque com mensagens de orientação à população.
Os funcionários do parque estão capacitados para orientar visitantes e conscientizar moradores do entorno, bem como para acionar as equipes de saúde diante da identificação de epizootias (morte ou adoecimento de macacos), seguindo os protocolos de vigilância epidemiológica em curso no Estado.
A pasta também mobilizou agentes da Sucen (Superintendência de Controle de Endemias) para captação dos mosquitos transmissores da febre amarela silvestre – mosquitos Sabethes e Haemagogus – a fim de identificar se esses vetores estão infectados. Amostras dos macacos também estão em análise pelo Instituto Adolfo Lutz com a finalidade de verificar se há positividade do vírus.
Indicações da vacina
A partir da campanha, o SUS passou a disponibilizar neste ano a dose fracionada da vacina, conforme diretriz do Ministério da Saúde. O frasco convencionalmente utilizado na rede pública pode ser subdividido em até cinco partes, sendo aplicado assim 0,1 mL da vacina. Estudos evidenciam que a vacina fracionada tem eficácia comprovada de pelo menos oito anos. Estudos em andamento continuarão a avaliar a proteção posterior a esse período. As carteiras de vacinação recebem um selo especial para informar que a dose aplicada foi a fracionada.
Além disso, está mantido o uso da dose padrão para crianças com idade entre nove meses e dois anos incompletos, pessoas que viajarão para países com exigência da vacina e grávidas residentes em áreas de risco.
Devem consultar o médico sobre a necessidade da vacina os portadores de HIV positivo, pacientes com tratamento quimioterápico concluído, transplantados, hemofílicos ou pessoas com doenças do sangue e de doença falciforme.
Não há indicação de imunização para grávidas que morem em locais sem recomendação para vacina, mulheres amamentando crianças com até seis meses e imunodeprimidos, como pacientes em tratamento quimioterápico, radioterápico ou com corticoides em doses elevadas (como por exemplo Lúpus e Artrite Reumatoide). Em caso de dúvida, é fundamental consultar o médico.
Balanços
Embora a proporção de semanal de casos e óbitos humanos apresente queda, nos últimos meses, em comparação ao período de auge da doença – no início deste ano –, os dados de epizootias (morte ou adoecimento de macacos) evidenciam que o vírus continua circulando no território.
Em 2018, até o momento, houve 502 casos autóctones de febre amarela silvestre confirmados no Estado e 178 deles evoluíram para óbitos. Desse total, 30,2% das infecções por febre amarela foram contraídas em Mairiporã e 9,5% em Atibaia. Essas duas cidades respondem por 39,2% dos casos de febre amarela silvestre no Estado, e já têm ações de vacinação em curso desde 2017. Entre o total de casos, 14 ocorreram no Litoral Norte, dos quais cinco evoluíram para óbito – São Sebastião (três casos e dois óbitos) e Ubatuba (11 casos e três óbitos).
Com relação às epizootias, neste ano, 250 macacos tiveram confirmação da doença. A região com maior concentração é a Grande São Paulo, com 52% dos casos. Desse total, 14 casos de primatas não humanos ocorreram na região do Litoral Norte, o que equivale a 5,6%.
Imagem: Venilton Küchler