Lucy Tamborino
Os estagiários da Defensoria Pública do Estado de São Paulo decidiram cruzar os braços ontem e ainda realizaram uma manifestação em frente ao prédio do órgão, na capital. Entre as reinvindicações estão o aumento da bolsa-auxílio e do vale-transporte, que não sofre reajuste desde 2012. Com medo de represálias os estagiários de Guarulhos não participaram do ato.
Atualmente os estudantes de Direito recebem, para trabalhar por quatro horas, uma bolsa-auxílio mais VT, que somam R$ 804 e os estagiários do Ensino Médio, com a mesma carga horária, recebem R$ 375. Já os universitários do curso de Administração, que trabalham seis horas, ganham R$ 590.
“Decidimos realizar a greve após termos dificuldade de chegar ao trabalho com o aumento da passagem, já que recebemos apenas R$ 54 de VT. O valor só dura uma semana e nós precisamos tirar o restante da nossa bolsa”, destacou uma estudante de Direito que preferiu não se identificar.
Segundo ela, cerca de 35 unidades, contemplando estudantes de todos os cursos, aderiram ao ato e antes de decidirem pela greve uma petição foi realizada. O documento solicitava, pelo menos, o reajuste de acordo com a inflação e o valor real da passagem. A estudante ainda afirma que uma reunião hoje deve definir o orçamento.
Em nota, a Defensoria afirmou que atualmente os estagiários de Direito recebem o maior valor mensal em comparação com outras instituições públicas do sistema de Justiça no Estado. O órgão afirmou ainda que a revisão da bolsa está atualmente sob análise por parte do Conselho Superior da Defensoria, que é o órgão competente para fixar esse valor.
A Defensoria ainda destacou que não há estagiários de Direito que ficam na função por mais de dois anos, uma vez que é uma atividade não profissional, de aprendizado, no qual é normal haver uma rotatividade durante fase de formação acadêmica. Para participar do programa é necessário estar no penúltimo ano da faculdade.
Já para os estagiários de Ensino Médio e Ensino Superior em Administração, o órgão se comprometeu a firmar reajuste a partir de julho, no patamar de 10% (de R$ 375 para R$ 412,50) no primeiro caso e acréscimo de R$ 100 (de R$ 590 para R$ 690), no segundo.
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