O Sindicato dos Estabelecimentos de Ensino do Estado de São Paulo
(SIEEESP) pretende entrar com uma ação judicial para retomar as atividades
presenciais na capital paulista em 8 de setembro. A decisão foi tomada após o
prefeito Bruno Covas (PSDB) anunciar que a cidade não permitirá a reabertura na
data mesmo após receber aval do governo estadual.
“Estamos indignados”, diz Benjamin Ribeiro da Silva, presidente do
sindicato, que buscará uma decisão liminar na Justiça. “Se o Estado
garante que pode (reabrir na data nas cidades que estão na fase amarela há 28
dias), porque ele (Covas) garante que não?”, questiona.
Segundo Silva, as escolas privadas querem retornar de forma opcional e escalona,
com a adesão ao ensino presencial condicionada à decisão dos pais de cada
estudante. “Estamos preparados há tempos. Fizemos protocolos com
cientistas, escolas fizeram convênios com hospitais.”
Ele admite que não há “100% de garantia” de que não haverá contágio
em escolas, mas defende que a reabertura opcional é a melhor alternativa.
“Hoje várias famílias precisam voltar trabalhar, deixam os filhos com
tomadores de conta e mães crecheiras.”
O anúncio de Covas ocorreu em uma coletiva de imprensa nesta terça-feira, 18,
na sede da Prefeitura. A decisão foi tomada após um inquérito sorológico
apontar que 64% dos estudantes entre 4 e 14 da rede municipal que tiveram
covid-19 são assintomáticos. Segundo o prefeito, isso significa que as crianças
e adolescentes poderiam se tornar vetores de disseminação da doença com a volta
às aulas presenciais, aumentando o número de casos, internações e óbitos na
cidade.
O retorno em 8 de setembro é voltado a acolhimento, recuperação, atividades
físicas, tutoria e aulas em laboratório. As demais atividades podem retornar em
7 de outubro, data que é avaliada pela gestão Covas. Durante o anúncio da
medida, o governador João Doria (PSDB) chegou a ressaltar que o retorno é
opcional e decidido pelas prefeituras.
Diretor da Associação Brasileira de Escolas Particulares (Abepar), Arthur
Fonseca Filho também critica a decisão de Covas Ele destaca que a Prefeitura de
São Paulo aderiu à grande parte das indicações de reabertura do Plano São
Paulo, de flexibilização da quarentena. “Não há porque ser diferente agora
“
Ele garante que as escolas privadas estão prontas para reabrir. “Nós
sempre dissemos que estamos absolutamente preparados para voltar tão logo a
saúde permita e as condições indiquem. As condições nós já temos.”
Em Santo André, Mauá, Rio Grande da Serra e Ribeirão Pires, os prefeitos já
anunciaram que a reabertura das escolas nas redes públicas municipais está
totalmente descartada no ano letivo de 2020. Em reunião realizada no dia 11 o
Consórcio Intermunicipal Grande ABC definiu que as aulas presenciais das redes
pública e privada vão voltar na mesma data.
Sindicato de escolas privadas entrará na Justiça por volta de aulas presenciais
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