O sincronismo dos impactos
da pandemia de covid-19 em todo o mundo fez com que apenas dois países – China
e Índia – registrassem crescimento econômico num levantamento sobre o
desempenho do Produto Interno Bruto (PIB) em 48 países, feito pela Austin
Rating. Segundo o economista-chefe da agência de classificação de risco, Alex
Agostini, nem mesmo durante a crise financeira, que se abateu sobre os mercados
globais a partir de setembro de 2008, tantas economias ficaram no vermelho ao
mesmo tempo.
Os dados confirmam estimativas do Banco Mundial,
que no início de junho divulgou projeções sinalizando que 2020 será o ano, numa
série iniciada em 1870, em que a maior proporção de países apresentará retração
na renda per capita ao mesmo tempo. Em 2020, 92,9% de todas as economias do
mundo deverão registrar quedas. O recorde anterior foi visto em 1931, em plena
Grande Depressão, quando 83,8% dos países viram a renda per capita cair Em
1918, quando terminou a Primeira Guerra Mundial na Europa e estima-se que a
pandemia de gripe espanhola possa ter matado 5% da população mundial, 70% das
economias registraram perdas na renda per capita. O Banco Mundial espera uma
retração de 5,2% na economia mundial em 2020.
No segundo trimestre, o melhor desempenho ficou
com a China (+11,5%), mas o gigante asiático é, talvez, o único país do mundo
que está à frente na crise causada pela pandemia. Foi lá onde surgiu a
covid-19, na virada de 2019 para este ano. Por isso, a alta no PIB do segundo
trimestre se segue a um tombo de 10% no primeiro trimestre ante o quarto
trimestre de 2019. A Índia, país que, antes da pandemia, já havia roubado o
posto de economia mais acelerada do mundo da China por alguns trimestres, teve
crescimento de 0,7% ante os três primeiros meses do ano.
Só 2 entre 48 países viram PIB crescer
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