Da Redação
Em 10 anos, o saldo das festividades de Carnaval nas estradas e rodovias do País é de mais de 58 mil pessoas se envolveram em acidentes. Esse é o resultado de levantamento realizado pela Associação Brasileira de Medicina do Tráfego (Abramet), com base em registros da Polícia Rodoviária Federal (PRF), com o intuito de alertar os motoristas a respeito dos riscos da falta de atenção e desobediência às normas de trânsito.
Do total de casos, a série histórica – de 2010 a 2019 – revela que 19.117 pessoas sofreram ferimentos leves ou graves e 1.411 foram a óbito em decorrência da imprudência no trânsito. Somente em 2019, os dias de folia – de 1 a 6 de fevereiro – acumularam 2.945 pessoas acidentadas. Desse grupo, 1.567 vítimas sofreram agravos físicos ou perderam a vida.
Ao longo do período, chama a atenção que o número de acidentes ocorridos diminui quase três vezes. Em 2010, foram feitas 3.338 ocorrências do tipo. Já nove anos depois, esse número baixou para 1.181. Na avaliação da Abramet, o número ainda é significativo e pode reduzir ainda mais. Para tanto, lembrou o presidente da Associação, são necessárias regras que ajudem na proteção da vida, como a Lei Seca e a Lei das Cadeirinhas, bem como uma fiscalização intensa. “São medidas importantes para coibir excessos e tornar o trânsito mais seguro”, lembrou.
De acordo com o presidente da Abramet, Antonio Meira Júnior, o período do Carnaval merece atenção especial de todos aqueles que vão utilizar as estradas, seja para viajar ou brincar nos blocos da cidade. “Sem dúvida, é uma época de muita festa e alegria. Justamente, por isso, o número de veículos circulando nas estradas aumenta bastante e, nesse momento, a falta de prudência pode colocar em perigo a vida do motorista e de terceiros”, alerta.
Entre 2010 e 2019, ocorreram 26.438 acidentes, com o envolvimento de 58.706 pessoas. Uma média de 2,2 vítimas por registro. Na análise da Abramet, a proporção é substancial, uma vez que demonstra como a irresponsabilidade ao volante impacta – quase que invariavelmente – não só a saúde do condutor do veículo, mas também o bem-estar físico e psicológico de terceiros.
“A maioria dos acidentes de trânsito tem como causa o fator humano. Por isso, é fundamental que o condutor esteja em boas condições físicas e mentais, além disso deve planejar a viagem de maneira a evitar riscos. Uma ação impensada do motorista pode colocar em perigo sua própria vida, dos passageiros e pedestres. O condutor precisa entender que é sua a responsabilidade de conduzir com segurança para que seu deslocamento seja saudável, evitando mortes e sequelas no trânsito”, pontuou Flávio Adura.
RECOMENDAÇÕES – Para garantir uma viagem tranquila e a segurança no trânsito, a Diretoria Científica da Abramet elaborou uma lista com dez itens essenciais para motoristas, passageiros e pedestres. Além da revisão periódica do veículo, é necessário tomar os seguintes cuidados antes da viagem e durante o trajeto.
1. Confira se está tudo em ordem com a Carteira Nacional de Habilitação (CNH) e cumpra sempre as restrições e observações descritas no seu documento;
2. Verifique se não há objetos soltos no interior do veículo e se tudo está devidamente acomodado, sem excesso de pessoas ou bagagens;
3. As bagagens deverão sempre ser acomodadas no porta-malas;
4. É fundamental que as crianças com até 10 anos de idade estejam acomodadas no banco traseiro do veículo e utilizando equipamentos de segurança apropriados para cada fase do seu desenvolvimento;
5. O motorista e passageiros devem sempre estar usando o cinto tipo três pontos. Inclusive no banco de trás;
6. Se for dirigir, não pegue a estrada com sono. Procure descansar antes da viagem dormindo pelo menos oito horas;
7. Interrompa a viagem periodicamente para descanso e exercícios, sobretudo em grandes deslocamentos. Longos períodos ao volante reduzem a eficiência do motorista e representam risco de acidentes devido à fadiga. O cansaço predispõe o motorista ao acidente;
8. Alguns medicamentos são capazes de apresentar efeitos colaterais produzindo sono, torpor e reduzindo reflexos. Durante a condução de um veículo, ao usar um medicamento, tenha pleno conhecimento dos possíveis efeitos colaterais e efeitos adversos.
9. O uso do álcool é absolutamente condenado para quem vai dirigir. É necessário estar em pleno gozo das capacidades físicas e mentais. Mesmo uma dose pode comprometer esse estado de lucidez.
10. O uso de celular na direção de um veículo é proibido. A distração ocasionada pela utilização de aparelhos celulares é um dos riscos causados por esta prática.
Imagem: Mayara Nascimento