Triste onda de extremismos e intolerância

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Os constantes ataques sofridos por órgãos de imprensa neste primeiro trimestre do novo governo indicam que a liberdade de expressão corre sério e permanente risco de violação, não falamos de desrespeito à forma de crítica e opinião, mas de verdadeira violação à ampla e irrestrita liberdade de manifestação que deve nortear tão relevante trabalho democrático, cuja crítica, muitas vezes ácida ou até jocosa, tem por objetivo apenas criar discussões para a formação do pensamento social.

Não podemos admitir esta onda de extremismo e intolerância que cresce contra a mídia, nem mesmo contra àquela que se afigura tendenciosa em sua linha editorial, apenas devendo se cobrar que apresente fatos e discursos verdadeiros, estes necessários ao conhecimento da população para sua valoração e relevância naquele momento histórico do país, cujo debate pressupõe ser de interesse da sociedade para amadurecimento da própria democracia e de suas garantias.

Ora, como se admitir que Rede Globo ou Folha de São Paulo, verdadeiros agentes de imprensa não questionem o governo ou falem de corrupção apenas em razão de seu aparente viés político, apenas em razão de não terem se simpatizado com a campanha do presidente Bolsonaro? Será que o extremismo que neste momento reina no Brasil não se contrapõe aos ideais democráticos consagrados pela Carta Constitucional, onde a regra maior é a plena liberdade?

Vejo com muita preocupação essa maré de revanchismo contra a suposta esquerda, contra tudo que aparente vinculado aos governos anteriores, pois, independente do mal praticado por este ou por aquele político, não se pode generalizar a birra, não se pode permitir que o novo governo se conduza com vingança e intolerância, posto que passadas as eleições não temos um governo de partido “a” ou “b”, mas, esperamos que sim, um governo para todos os brasileiros, inclusive para aqueles que mesmo em partidos de oposição não se permitiram misturar em qualquer bandalheira.

Embora não exista uma lei que trate especificamente da liberdade de imprensa, aqui considerado o direito irrestrito de crítica e opinião na mais ampla possibilidade de manifestação, até porque a Constituição Federal é suficiente em si mesma, se afigura necessário neste momento pensar em severas punições à violação destas liberdades, posto que através da imprensa se escuta a voz da população, seja ativistas de esquerda ou de direita, pobres ou ricos, todos falam e discutem a sociedade e seus problemas através da mídia, que não pode ser calada por governo algum, pois, se assim permitir, estaremos caminhando contra o próprio Estado Democrático de Direito, estaremos caminhando contra a vontade popular e seu direito de ser informada e de informar, certo que de uma simples notícia que vai de boca em boca temos uma sociedade alerta a sua necessidade de atualização e conhecimento.

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