A
demanda chinesa por produtos brasileiros e a desvalorização do real ante o
dólar têm impulsionado os preços de alimentos no mercado doméstico, tanto no
atacado quanto no varejo. A pressão fez o Índice Geral de Preços – Disponibilidade
Interna (IGP-DI) acelerar de um avanço de 2,34% em julho para uma alta de 3,87%
em agosto, a taxa mais elevada desde novembro de 2002, divulgou ontem a
Fundação Getulio Vargas (FGV).
Soja e milho, ao lado do minério de ferro, foram os principais vilões do
indicador, que é composto pela variação dos preços no atacado, varejo e
construção civil. Os sucessivos aumentos de produtos no atacado impulsionaram a
taxa do IGP-DI acumulada em 12 meses para 15,23% em agosto, a maior desde 2003.
Em 12 meses até julho, a inflação oficial no País, medida pelo Índice Nacional
de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) do IBGE, subia 2,31%, mas as famílias
acumulavam um gasto 7,61% maior com Alimentação e bebidas no período. Os
resultados de agosto, que o IBGE divulga hoje, devem mostrar nova alta nos
preços dos alimentos, mas dentro de um quadro inflacionário ainda benigno.
Analistas do mercado financeiro ouvidos pelo Projeções Broadcast esperam uma
inflação mediana de 0,25% ao consumidor.
Varejo e atacado sofrem pressão da comida cara
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