Da Redação
Alvo da Comissão Especial de Inquérito (CEI) na Câmara Municipal, o vice-prefeito Alexandre Zeitune (Rede) contratou Ricardo Caires dos Santos para analisar os áudios investigados pela comissão.
Santos ficou conhecido como o perito que analisou, a pedido do jornal Folha de S.Paulo, a gravação da conversa entre o presidente Michel Temer (PMDB) com o dono da JBS, Joesley Batista no ano passado.
Ao jornal, Santos teria afirmado que o material continha mais de 50 pontos de edição. Já para o jornal O Globo, ele afirmou que eram 14 os pontos de edição entre 15 e 20 pontos de corte e diversos trechos de ruído.
Na época, O Globo publicou uma reportagem afirmando que para elaborar o laudo, Santos disse “ter usado um tocador de mídia, o programa Audacity, uma ferramenta gratuita para edições de áudio caseiras, e o software Vegas Pro 10, ferramenta profissional para edição de vídeo, embora a fita tenha apenas áudio e não imagens”, diz trecho da reportagem.
Como o perito utilizou equipamentos amadores, especialistas ouvidos pelo O Globo afirmaram que as ferramentas adotadas por Caires para fazer a perícia foram insuficientes para dizer se houve ou não edição.
Perícia foi feita com software caseiro
De acordo com o relatório, obtido pela Folha Metropolitana, Santos recebeu um pen drive com 14 áudios para realizar a perícia a pedido de Zeitune. Para o trabalho ele utilizou o software AVS Video Editor 8.0. Um programa disponível gratuitamente na internet para editar e processar vídeos caseiros.
Na conclusão, ele afirma que “todas as falas não têm credibilidade com sinais edições devido que os arquivos estão desmembrados ‘cortados’, por ter aparecido de forma clandestina sem identificar o gravador ou celular que capturou os áudios quebrando a cadeia de custodia”.
Além disso, ele destaca que é “impossível atestar a idoneidade das falas em quais momentos foram gravadas”. Segundo a análise, em alguns momentos eles estão um “estabelecimento, depois nove tipos de ambientes parecendo ser um escritório ou algo do gênero, pois que a incompatibilidade entre eles apontam para diferenças estruturais entre lugares que foram gravadas clandestinamente”. Ele finaliza dizendo que há divergências de cenários e edições de arquivos cortados.
Foto: Karina Yamada